29/03/2017 A Polícia Federal cumpre
agora, no Estado do Rio Janeiro, uma série de mandados de prisões cautelares,
buscas e apreensões além de bloqueios de bens e valores, na Operação "O
Quinto do Ouro". O presidente da Alerj, Jorge Picciani, é alvo de condução
coercitiva. São quase cinquenta mandados, a maioria deles na cidade do Rio
de Janeiro, mas também em Duque de Caxias e São João do Meriti. Para cumprir as
ações, quase 150 policiais federais foram destacados. Os alvos da Operação O Quinto do Ouro são investigados por fazerem
parte de um esquema de pagamentos de vantagens indevidas que pode ter
regularmente desviado valores de contratos com órgãos públicos para agentes do
Estado, em especial membros do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro
(TCE-RJ) e da Assembleia Legislativa do Estado (Alerj), de acordo com
informações da Polícia Federal. São alvos de prisão preventiva os conselheiros Aloysio Neves,
atual presidente; Domingos Brazão, José Gomes Graciosa, Marco
Antônio Alencar e José Maurício Nolasco. As ações, realizadas desde as primeiras horas da manhã desta
quarta-feira, foram determinadas pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). Por
se tratar de uma investigação que tem como alvos membros de um Tribunal de
Contas Estadual, os trabalhos correm sob a Presidência de um Ministro do STJ,
no curso de um Inquérito Judicial. As informações que embasaram a decisão do STJ tiveram origem
numa colaboração premiada realizada entre dois investigados e a Procuradoria
Geral da República (PGR), entre eles o ex-presidente do órgão, Jonas Lopes
Carvalho. A delação premiada de Jonas Lopes levou à ação contra os
conselheiros em pelo menos dois esquemas de propina, em contrapartida ao
favorecimento na análise de contas e contratos sob fiscalização no Tribunal,
como de empreiteiras e empresas de ônibus que operam no estado do Rio. Ainda segundo a Polícia Federal, agentes públicos também
teriam recebido valores indevidos para viabilizar a utilização do fundo
especial do TCE/RJ para pagamentos de contratos do ramo alimentício atrasados
junto ao Poder Executivo do Estado do Rio de Janeiro, recebendo para tal uma
porcentagem por contrato faturado. |