13/09/2020 Foto: Agências internacionais - O lutador Navid Afkari foi executado neste sábado (12) no Irã, de acordo com informações da mídia estatal do país. A notícia provocou reações internacionais. Afkari foi condenado pelo homicídio culposo de um segurança da empresa pública de água de Shiraz, que morreu esfaqueado em agosto de 2018 durante protestos contra o governo. A Suprema Côrte do Irã rejeitou uma revisão do caso no final de agosto. Segundo amigos e parentes, o lutador greco-romano de 27 anos foi condenado com base em uma confissão obtida após tortura. Seu advogado afirma que não há provas de que Afkari é culpado. O advogado de Afkari acusou as autoridades de negar a seu cliente uma visita familiar antes da execução, conforme exigido por lei. "Estavam com tanta pressa que negaram a Navid seu direito a uma última visita", escreveu Yunesi no Twitter. Não houve reação imediata das autoridades iranianas à acusação do advogado. O Comitê Olímpico Internacional (COI) expressou choque com a notícia da execução do lutador iraniano. "É profundamente lamentável que os apelos de atletas de todo o mundo, e todo o trabalho do COI, com o Comitê Olímpico Iraniano, a Federação Internacional de Luta Livre e a Federação Iraniana de Luta Livre não tenham alcançado seu objetivo", lamentou o COI em um comunicado. "A execução do lutador iraniano Navid Afkari é uma notícia muito triste", indicou o comitê. "Respeitando a soberania da República Islâmica do Irã, o presidente do COI, o alemão Thomas Bach, fez um apelo nesta semana ao líder supremo e ao presidente do Irã em cartas separadas e pediu clemência para Navid Afkari", disse a entidade. A condenação à morte do atleta gerou críticas internacionais, e uma campanha por clemência ganhou força no Irã e em outros países. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pediu compaixão ao Irã para uma "grande estrela da luta... que não fez nada além de participar de uma manifestação antigovernamental". A organização de defesa dos direitos humanos Anistia Internacional expressou na sexta-feira (11) grande preocupação com a "iminente execução secreta" de Navid Afkari. De acordo com a Anistia Internacional, ele e seus dois irmãos, condenados a longas penas de prisão no mesmo caso, são "as vítimas mais recentes do defeituoso sistema de Justiça do Irã". O Irã, que executou pelo menos 259 pessoas em 2019, é, ao lado da China, o país que mais recorre à pena capital, de acordo com a Anistia Internacional. Redação com Agência Folha |