08/10/2020 Foto: Reprodução SportTv/Rede Globo - A última fronteira foi rompida. Para selar de vez o fim da hegemonia da Globo no futebol brasileiro, a Seleção Brasileira deixou de ser ‘produto seu’. Depois do duro golpe, ver a final do Carioca e a Libertadores irem para o SBT, algo que seria inconcebível anos atrás, acaba de acontecer. A Turner, que já havia rompido, no ano passado, o privilégio que a emissora carioca mantinha em relação ao Campeonato Brasileiro, decidiu agir de novo. E investiu nas Eliminatórias Sul-Americanas. Decidiu se associar e comprar do grupo de streaming Guigo TV, que comprou da Conmebol os mandos das partidas de oito federações como mandantes – Uruguai, Paraguai, Colômbia, Peru, Equador, Venezuela, Chile e Bolívia –, pelas duas primeiras rodadas da competição. E a Turner terá exclusividade, na tevê, o jogo do Brasil contra o Peru, em Lima. A plataforma seguirá como ‘dona’ do jogo on line. Só que o contrato da Guigo TV, e da Turner, não deverá se restringir às duas primeiras rodadas das Eliminatórias. Mas à competição inteira. Não haveria sentido o grupo bilionário norte-americano se envolver, transmitir apenas Peru e Brasil, na próxima terça-feira, e depois deixar outro grupo de comunicação comprar os outros sete jogos da Seleção fora do país. Sim, sete. Para deixar bem claro. Em dificuldades financeiras, mas tentando manter a tradição, a emissora carioca dos Marinho comprou os jogos da Seleção dentro do Brasil. E também a partida fora diante da Argentina. Como são dez países disputando as Eliminatórias Sul-Americanas, são nove partidas em casa e nove fora de cada equipe. Argentina e Brasil é da Globo. E só. Peru e Seleção de Tite já é da Guigo TV, e da Turner. Restam os confrontos com Uruguai, Paraguai, Bolívia, Equador, Colômbia, Chile e Venezuela todos fora do país. São estes confrontos que a Turner também deve confirmar como seus. A investida do grupo norte-americano consolida uma derrota da Globo no futebol. A emissora transmite partidas do Brasil nas Eliminatórias desde 1969. Na época, eram compactos noturnos. Ou seja, há 51 anos. E o golpe pode ser muito maior. A emissora carioca segue em conflito com a Fifa pelo direito de transmitir a Copa do Mundo no Qatar, em 2022. Se a briga seguir, a Turner pode surgir como alternativa. E transmitir o Mundial para o país. Essa é uma situação para ser decidida em 2021. O que existe de realidade são as Eliminatórias. A Globo perdeu sua hegemonia da Seleção. Por falta de dinheiro. Ela deixa de ser um produto ‘seu’… Cosme Rímoli – R7 |