13/11/2020 Foto: Orla notícias - “Não queremos fazer parte da política, muito menos deixar ela entrar nos quartéis”, afirmou durante uma live do IREE (Instituto para a Reforma das Relações entre Estado e Empresa) Defesa e Segurança. Ele respondia a um questionamento do ex-ministro da Defesa na gestão Michel Temer (MDB) Raul Jungmann, presidente-executivo do instituto, sobre o papel dos militares na política, tema que acompanha o governo Bolsonaro desde a campanha eleitoral. A conversa foi mediada também pelo general da reserva Sérgio Etchegoyen, presidente do conselho do instituto e ex-chefe do GSI (Gabinete de Segurança Institucional) também no governo Temer. Na gestão do capitão reformado do Exército, 9 dos 23 ministros são de origem fardada. Pujol, conhecido por ser um homem de poucas palavras, não criticou os colegas que estão no governo —a começar pelo seu chefe, o general Fernando Azevedo, ministro da Defesa. Mas ressaltou que “se for para chamar [um militar para o governo], é decisão do Executivo”. Nem tampouco viu problemas nisso, citando que o Supremo Tribunal Federal requisita desde 2018 um general para assessorar seu presidente, cargo que foi ocupado por Azevedo na gestão Dias Toffoli. Mas é na segunda parte de sua formulação que o recado fica dado. Assim como disse à Folha após a vitória de Bolsonaro em 2018 o antecessor de Pujol, Eduardo Villas Bôas, a Força teme a politização dos quartéis na esteira da militarização da política. Esse movimento tornou-se uma preocupação no Alto Comando do Exército durante o período de maior radicalização de Bolsonaro na Presidência, entre abril e junho deste ano. Redação com Folha de S. Paulo |