02/12/2020

Nas escolhas de Rogério Ceni, o fim da Libertadores para o Flamengo Nas escolhas de Rogério Ceni, o fim da Libertadores para o Flamengo




Foto: André Durão/Ag. Globo  -    -  


Depois do 1 a 1 em Avellaneda, o 0 X 0 bastava ao Flamengo para ir às quartas da Libertadores.

Ainda assim, o time jogou 90 minutos no campo do Racing.

Exatamente como os argentinos queriam.

Sebastian Beccacece postou nove jogadores no campo defensivo.

Só Lisandro López, de vez em quando, ultrapassava a linha divisória.

Ainda assim, foram dez finalizações dos rubro-negros só no primeiro tempo.

Sete dentro da área, três grandes chances, duas com Vitinho.

E aqui começa a crítica a Rogério Ceni.

Na chegada dele lembrei que seu maior desafio estava nas escolhas.

Não precisava de muito - até porque não havia tempo para grandes inovações.

E ele parecia estar no caminho certo, não fosse o preterimento a Pedro.

A volta de Rodrigo Caio ao lado de Gustavo Henrique equilibrou a zaga.

E as presenças dos laterais Isla e Filipe Luís arrumaram o time.

No meio-campo, a boa fase do trio Arracaeta, Everton Ribeiro e Bruno Henrique

Ou seja: Pedro, o goleador da temporada, era a pedra que faltava.

Mas Ceni optou por Vitinho, alegando falta de ritmo do artilheiro.

O problema é que a inesperada expulsão de Rodrigo Caio bagunçou tudo.

Ao recompor o setor, ele pôs o jovem João Gomes no lugar de Arrascaeta.

Mas, na cobrança da falta, o Racing achou o gol de Leonardo Sigali.

Só, então, Ceni trocou Everton Ribeiro por Pedro, abrindo mão dos meias.

No último minuto, releu o campo: tirou Gustavo Henrique e pôs Diego.

Deu certo: no primeiro escanteio, o meia cobrou e Arão fez de cabeça.

A decisão da vaga foi para os pênaltis e o mesmo Arão perdeu sua cobrança. Paciência.

Rogério Ceni é um ótimo treinador, estudioso e obstinado.

Mas não conhece o Flamengo.

Se conhecesse, precisando de dois gols, não teria sacado os dois meias.

Exatamente como fez Jorge Jesus na final do Mundial, contra o Liverpool.

Pagou caro com mais uma eliminação - já havia saído da Copa do Brasil.

Nada, porém, que desabone seu trabalho.

O Flamengo mandou no jogo, com 67% de posse e 15 finalizações.

Tem agora as 16 rodadas finais do Brasileiro para salvar a temporada...

Redação com Gilmar Ferreira/jornal Extra