06/12/2020

Ato em Brasília critica votação por urna eletrônica e pede voto impresso Ato em Brasília critica votação por urna eletrônica e pede voto impresso




Foto: Sérgio Lima  -  Poder360


Um grupo de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro protesta em frente ao Museu Nacional e à Biblioteca Nacional em Brasília desde a manhã deste domingo (6 Dez.). Os manifestantes criticam a votação por urna eletrônica e pedem eleições por voto impresso.

O grupo também defende o jornalista Oswaldo Eustáquio, investigado no inquérito do STF (Supremo Tribunal Federal) que apura o financiamento de manifestações com pautas antidemocráticas. Os manifestantes afirmam que o blogueiro bolsonarista é perseguido e uma pessoa “digna”.

Os deputados federais Bia Kicis (PSL-DF) e Daniel Silveira (PSL-RJ) também participaram da manifestação.

Houve uma pequena confusão entre dois grupos bolsonaristas participantes do ato. Eles estavam tentando, em cima de um dos trios elétricos, dirigir a fala aos manifestantes. “Estou falando um pouquinho para o pessoal que chegou aqui. Eles estão falando há uma hora“, disse Bia Kicis pelo microfone ao se referir ao outro trio elétrico. O manifestante que estava no outro trio elétrico, rebateu a deputada. “Eu peguei o microfone agora, preciso de 5 minutos“, disse.

A deputada Bia Kicis disse que o voto impresso é necessário para dar mais transparência ao sistema eleitoral. O manifestante, pelo microfone no outro trio elétrico, afirmou que “há um desrespeito há quem ajudou a construir a Constituição Federal” e que “existem projetos na Câmara dos Deputados que não vão levar a lugar nenhum“, sem se referir a quais projetos. Manifestantes chamaram ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) de corruptos.

O deputado Daniel Siqueira, ao falar de cima do trio elétrico, disse que a contagem de votos deve ser realizada pelo TRE (Tribunal Regional Eleitoral), numa crítica à centralização no TSE, ocorrida neste ano.  “A Justiça Eleitoral detém o monopólio da contagem, da fiscalização“, disse o deputado. “Tudo está na mão deles. Eles não representam o Brasil“, disse Siqueira. O deputado também defendeu a extinção do Justiça Eleitoral no país. “Ela não serve pra nada“, disse, sendo aplaudido.

Ao defender o voto impresso, Siqueira criticou as urnas eletrônicas e disse que não são seguras. “Tenho vários amigos de TI [Tecnologia da Informação] que comprovam isso“, afirmou, sem apresentar tais comprovações.

Os manifestantes fizeram o trajeto do Museu Nacional até a Praça dos Três Poderes, pela Esplanada.

O presidente Jair Bolsonaro, ao votar no 2º turno das eleições municipais em 2020 no Rio de Janeiro, criticou o sistema eleitoral brasileiro, afirmando que “está até na própria Constituição. A apuração tem que ser pública”.

Bolsonaro defendeu o voto impresso várias vezes. Disse em 5 de novembro que o Brasil precisa ter “um sistema eleitoral confiável em 2022”. “Nós temos, sim, já está bastante avançado, o estudo [para propor o voto impresso]. A gente espera, no ano que vem, entrar, mergulhar na Câmara e no Senado, para que a gente possa, realmente, ter 1 sistema eleitoral confiável em 2022″.

O presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Roberto Barroso, é um crítico da volta do voto impresso nas eleições brasileiras. “Os resultados das eleições saem da própria urna imediatamente após o término da votação”, disse Barroso na quarta (17 Nov). Em tom irônico, o ministro afirmou: “Para quem gosta de voto impresso, vamos passar a distribuir esse resultado que sai da urna”.

Redação com site Poder 360