09/12/2020

Planalto diz que Doria faz ¨populismo barato e irresponsável¨ com vacina Planalto diz que Doria faz ¨populismo barato e irresponsável¨ com vacina




O governo federal, por meio da conta oficial da Secretaria de Comunicação nas redes sociais, publicou nesta terça-feira (8) uma nota com críticas indiretas ao governador de São Paulo, João Doria (PSDB), que anunciou o início da vacinação no Estado para 25 de janeiro de 2021. De acordo com o texto, desrespeitar a autoridade da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) é uma atitude “inconstitucional e ilegal“.

A nota divulgada nas redes sociais também afirma que “anunciar o uso de vacina antes de a Anvisa certificá-la é populismo barato e irresponsável venda de ilusão”.



A nota vai ao encontro de um pronunciamento do Ministro da Saúde, Eduardo Pazuello. O titular da pasta não citou o nome de João Doria, nem falou sobre a vacina CoronaVac, produzida pelo laboratório chinês Sinovac, em parceria com o Instituto Butantan.

O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, fez referências ao governador de São Paulo em discurso que fez na tarde desta 3ª, no Palácio do Planalto. “Não podemos dividir o Brasil neste momento difícil, em que todos nos passamos dificuldade. O Ministério da Saúde acompanha a produção de imunizantes para covid-19 em passos acelerados, com total responsabilidade”, disse.

O presidente Jair Bolsonaro também se posicionou em sua conta oficial no Twitter sem citar o nome de Doria. Disse que o governo federal vai “proteger a população respeitando sua liberdade, e não usá-la para fins políticos, colocando sua saúde em risco por conta de projetos pessoais de poder”.

Imediatamente, seguidores do presidente criticaram o posicionamento do chefe do Executivo. Eles lembraram que o presidente defende o uso da cloroquina e da hidroxicloroquina para o tratamento da covid-19, apesar da falta de comprovação científica da eficácia desse tipo de tratamento.

Pazuello x Doria

O ministro e Joao Doria discutiram em uma reunião que aconteceu no Palácio do Planalto mais cedo entre o chefe da pasta e governadores. Doria participava virtualmente, ao contrário de um grupo de 6 governadores que foi à sede do Executivo pessoalmente em Brasília.

O governador de São Paulo questionou Pazuello: “O que difere, ministro, a condição da sua gestão como ministro da Saúde, de privilegiar duas vacinas em detrimento de outra vacina? É uma razão de ordem ideológica, política, ou uma razão de falta de interesse em disponibilizar mais vacinas?”

O tucano fazia referência à CoronaVac, vacina da farmacêutica chinesa Sinovac desenvolvida em parceria com o Instituto Butantan. Doria quer usar a substância para iniciar campanha de vacinação em São Paulo a partir de 25 de janeiro.

Pazuello respondeu que a vacina do Butantan “não é do Estado de São Paulo, é do Butantan”. E disse: “Não sei por que o senhor fala tanto como se fosse do Estado”. O ministro declarou que “havendo demanda e preço, todas as condições serão alvo” da compra do governo.

Redação com poder 360