30/07/2017

Roubalheira-Esquema Bendine é ‘semelhante’ ao das empreiteiras, diz Procuradoria. Roubalheira-Esquema Bendine é ‘semelhante’ ao das empreiteiras, diz Procuradoria.




O Ministério Público Federal avalia que o esquema supostamente adotado pelo ex-presidente do Banco do Brasil e da Petrobrás Aldemir Bendine preso nesta quinta-feira, 27, na Operação Cobra, fase 42 da Lava Jato é ‘semelhante’ ao usado pelas maiores empreiteiras do País que formaram cartel de propinas na estatal petrolífera e se valeram de contratos de consultoria fraudulentos para justificar pagamentos milionários a políticos e ex-dirigentes da companhia.

Bendine foi preso em regime temporário por cinco dias, inicialmente, por suspeita de recebimento de R$ 3 milhões em propinas da Odebrecht. Ele está recolhido em uma cela da Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, base da Lava Jato. A PF também prendeu, por ordem do juiz federal Sérgio Moro, os irmãos publicitários Antonio Carlos e André Gustavo Vieira Junior, apontados como ‘profissionais da lavagem de dinheiro’ e operadores financeiros de Bendine.

Os investigadores suspeitam que André Gustavo forjou contrato de consultoria da MP Marketing, Planejamento e Sistema de Informação Ltda supostamente de fachada e da qual ele é sócio com a Odebrecht para tentar ‘justificar’ o recebimento dos R$ 3 milhões que teriam sido destinados a Bendine.

Para os investigadores, André Gustavo adotou ‘modus operandi’ aparentemente semelhante ao das construtoras, entre elas OAS, Camargo Corrêa e UTC, investigadas na 7.ª fase da Lava Jato.- a Operação Juízo final que se valeram de notas fiscais ‘frias’ emitidas pelas empresas controladas pelo doleiro Alberto Youssef para tentar fazer prova de que os pagamentos de propina destinados ao esquema de corrupção na Diretoria de Abastecimento da Petrobrás eram, na verdade, remuneração de serviços de consultoria prestados pelo operador financeiro’.

A força-tarefa do Ministério Público Federal aponta, ainda ‘incontáveis outras incongruências e inconsistências’ na versão de André, em cuja residência, no Lago Sul, em Brasília, o empreiteiro e delator Marcelo Odebrecht se reuniu com Bendine para supostamente acertar a propina inicialmente, dizem os investigadores, o ex-presidente da Petrobrás, exigia R$ 17 milhões, mas acabou aceitando reduzir a quantia em troca de ajudar a companhia na estatal, quando a Lava Jato já estava a pleno vapor e cercava as grandes construtoras do País.

Fonte: Redação com Agências