11/05/2021

Homem que matou a esposa no Paraná é condenado a 31 anos de cadeia Homem que matou a esposa no Paraná é condenado a 31 anos de cadeia




Foto: Reprodução Redes sociais  -  


O professor Luis Felipe Manvailer foi condenado a 31 anos de prisão pela morte da esposa, a advogada Tatiane Spitzner, 29, em julgamento no Tribunal do Júri que terminou no início da noite desta segunda-feira (10), após sete dias. Os jurados consideraram Manvailer culpado por homicídio qualificado por feminicídio, motivo fútil, mediante asfixia e meio cruel, e fraude processual.

A pena total decretada pelo juiz Adriano Scussiato Eyng, de Guarapuava, onde ocorreu o júri, foi de 31 anos, 9 meses e 18 dias. Ele ainda determinou o pagamento de R$ 100 mil em danos morais aos familiares de Tatiane. Eyng não concedeu ao réu o direito de recorrer em liberdade, citando a tentativa de fuga dele para o Paraguai logo após o crime.

Ao ler a sentença, o juiz citou provas que indicaram que Tatiane sofria um relacionamento abusivo e relembrou casos famosos de feminicídio, como os de Ângela Diniz e de Eloá Cristina.

O júri era composto por sete homens. A transmissão do julgamento foi pausada no momento da contagem dos votos, portanto não é possível dizer o placar final. Pela lei, ao se chegar à maioria de quatro votos pela condenação ou absolvição, encerra-se a contagem.

A condenação era esperada tanto pela família Spitzner quanto pelo assistente de acusação, o advogado Gustavo Scandelari, que considera o resultado um marco na luta contra o feminicídio. “A sentença de condenação é uma satisfação à família de Tatiane Spitzner. É um recado claro da sociedade guarapuavana e de todos os cidadãos e cidadãs brasileiras contra a violência de gênero e todas as formas de violência doméstica”, afirmou Scandelari.

Tatiane foi encontrada morta na madrugada do dia 22 de julho de 2018 após uma queda do quarto andar do prédio em que morava com o marido, em Guarapuava (PR). O exame de necropsia apontou que ela foi morta por asfixia mecânica antes da queda e que o corpo tinha feridas e sinais de luta.

A acusação alegou que Manvailer asfixiou Tatiane e a atirou pela sacada após uma discussão. Vizinhos ouviram gritos e imagens das câmeras de segurança do edifício mostram a advogada sendo agredida pelo marido antes de morrer.

Os vídeos mostram que ele recolheu o corpo da mulher da calçada e o levou de volta ao apartamento, antes de tentar fugir. Também apagou marcas de sangue do elevador. Manvailer acabou preso no mesmo dia, após bater o carro na rodovia, em São Miguel do Iguaçu, próximo da fronteira do Brasil com o Paraguai, a cerca de 340 km de Guarapuava.

Já a defesa afirmou que Tatiane se matou após uma discussão.

Redação com Folhapress