02/06/2021 A compra de máscaras impróprias a profissionais de saúde ocorreu por valor acima do praticado no mercado, segundo um documento interno do Ministério da Saúde que balizou a aquisição pela pasta. O documento foi enviado à CPI da Covid no Senado, que passou a investigar a compra e a distribuição de máscaras pelo ministério. O caso foi revelado pelo jornal Folha de S. Paulo em 17 de março. O Ministério da Saúde não respondeu aos questionamentos da reportagem. A empresa responsável diz que os preços cobrados estiveram dentro do praticado no mercado. Ao todo, a pasta adquiriu 40 milhões de máscaras chinesas KN95, cujo uso por profissionais de saúde foi posteriormente desaconselhado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Na embalagem do produto, consta a inscrição “non-medical”. Foram gastos cerca de R$ 350 milhões com os 40 milhões de máscaras. Os produtos foram comprados na gestão de Luiz Henrique Mandetta. O documento interno do ministério detalha o que embasou a aquisição das máscaras. Ele foi enviado à CPI dentro de um inquérito civil do MPF (Ministério Público Federal) que investiga a compra. O parecer é da Colmer (Coordenação de Licitações e Análise de Mercado de Insumos Estratégicos para Saúde). A proposta da empresa escolhida, sem licitação, tinha um preço superior à média de preços cobrados por empresas contratadas anteriormente, conforme o documento. Todas as aquisições analisadas se basearam em preços inferiores ao cobrado pela empresa responsável pela máscara KN95. A média do valor pago foi de R$ 2,53, segundo os documentos entregues à CPI. Cada KN95 custou US$ 1,65, ou R$ 8,65, pela cotação do dólar no momento da compra. Redação com Agência Folha |