03/08/2017

Quem ganha e quem perde com a permanência de Temer na presidência? Quem ganha e quem perde com a permanência de Temer na presidência?




Enquanto os que se mantiveram fiéis ao governo devem ganhar mais projeção, os partidos de esquerda devem perder ainda mais capital político. Mas, quem ganha e quem perde no jogo dos tronos do poder?

Quem ganha


Padilha e Moreira Franco
Com a continuidade do governo Temer, quem ganha é o núcleo palaciano. Os ministros de confiança de Temer, Eliseu Padilha, da Casa Civil, e Moreira Franco, da Secretaria-Geral da Presidência, articulavam há semanas a permanência do presidente na cadeira e, como era esperado, conseguiram os votos para livrar o presidente do processo penal do STF. Padilha chegou a comparecer à votação, mas apenas registrou presença e foi embora. 

PMDB
Romero Jucá, presidente do PMDB, e os outros peemedebistas também sai ganhando. Nos últimos dias, o líder do governo fez duras críticas à oposição e disse ainda que os deputados peemedebistas que votassem a favor da denúncia de corrupção contra Temer seriam punidos. O próprio partido de Jucá e Temer, o PMDB, sai vitorioso da votação na Câmara, mesmo tendo chegado dividido ao plenário para a votação. O partido de maior bancada na Câmara dos Deputados tem interesse direto na permanência de Temer na presidência e nas votações das reformas trabalhista e da Previdência, que devem ter o processo acelerado a partir de agora. 

Centrão
Integrantes de siglas que se mantiveram fiéis a Temer também são beneficiados. Os partidos do centrão (PP, PR, PTB e PSD), esperam, inclusive, contar com uma reacomodação de cargos na Esplanada a partir de agora.

Parte do PSDB
Uma parte do PSDB também fica satisfeita com a permanência de Temer no governo. Os tucanos João Dória, prefeito paulista, Geraldo Alckmin, governador de São Paulo e Marconi Perillo, governador de Goiás, são considerados importantes defensores da continuidade do apoio a Temer no PSDB. No entanto, o partido enfrentou um dilema entre o desgaste de continuar ao lado de um governo impopular e o risco de perder apoio do PMDB na próxima disputa presidencial. O PSDB reconhece que o partido de Temer oferece grandes atrativos na disputa eleitoral, como mais tempo de propaganda na TV, por exemplo.

Quem perde


FHC
Outra parte do PSDB perde com a vitória de Temer. Um nome influente dentro do partido tucano se posicionou contra Temer desde que o peemedebista assumiu a presidência, em agosto de 2016. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso incendiou o debate dentro do partido ao questionar a autoridade de Michel Temer e pediu antecipação do processo eleitoral. Durante um discurso em 15 de junho, FHC usou novamente a metáfora da pinguela. "Preferiria atravessar a pinguela, mas, se ela continuar quebrando, será melhor atravessar o rio a nado e devolver a legitimação da ordem à soberania popular", disse. 

Procuradoria-Geral da República
Por mais que não seja atribuição da Procuradoria-Geral da República (PGR) interferir no resultado da votação na Câmara dos Deputados, a decisão deixa o procurador-geral Rodrigo Janot sob pressão. Janot é o autor da denúncia contra Temer, baseada na delação premiada do empresário Joesley Batista, na qual Temer é acusado de corrupção passiva, organização criminosa e obstrução da justiça.

PSOL, Rede e PDT 
A vitória de Temer é vista com uma humilhação para os partidos de esquerda, que não conseguiram mobilizar os movimentos sociais com força suficiente para pressionar os deputados a votar a favor do processo. Mais cedo, os deputados do PT, PDT, PSOL, PSB, PHS e Rede foram orientados pelos líderes dos partidos a não votarem, nem sim nem não, para não registrar quórum, mas nem mesmo essa tentativa foi bem sucedida.

Neutro

PT
Apesar de se declarar publicamente a favor da queda do presidente, internamente, o PT não fez muito esforço para afastar Temer do cargo. O Partido dos Trabalhadores acredita que a melhor estratégia é manter Temer no Planalto e desgastar a imagem do presidente. O que, supostamente, daria mais força a Lula nas eleições de 2018.

Fonte: Redação com CB